Fico frequentemente empacado quando em torno de mim começam a falar
sobre VERDADE. Aí vêm as pessoas me falar coisas como “meu verdadeiro eu” (o
que me dá enormes arrepios), ou sobre “o que na verdade aconteceu”, ou ainda
sobre “o que eu senti de verdade”.
O que percebo é a existência de umas tantas verdades
coexistindo. Não somente “versões” de um fato apresentados por diferentes
pessoas, mas a coexistência de verdades diferentes dentro de uma mesma e única
pessoa. Nenhuma menos verdadeira que a outra. Até o que acreditamos ser
mentira, sob certo ângulo, pode ser nada mais que mais um dos aspectos da
verdade.
A compreensão da perspectiva do outro é um exercício
interessante. Me pego muitas vezes tão entusiasmado com minhas
explicações/versões/entendimentos das coisas (que acredito serem no mínimo
corretas, senão geniais) que não escuto de fato a expressão/versão/compreensão
que o outro está trazendo.
Esse é um momento onde me pego endurecido ou, sob certa
ótica: materialista.
Meu peito se endurece e perde a maciez da respiração fluente
e solta. Muitas vezes fico na fronteira do entusiasmo (ego engrandecido)
escorregando para a agressividade.
Creio que a capacidade de rever constantemente, sobretudo o
que “acreditamos piamente”, é absolutamente necessária. Não se trata de uma
bandeira intelectual ou moral, mas uma postura para a manutenção da nossa sanidade
física, emocional e mental. A saúde social também agradece já que tornando-nos
um ponto de respiração/flexibilidade, os outros não tendo a que se agarrar ou
combater, podem mais facilmente respirar, olhar e permitir que suas
respirações, posturas e olhares fluam. Todo o viver fica melhor...não?
Bjs.
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