Posto aqui um texto de Luis Portela (através de uma amiga Maria Suzel) cujas referências estão ao final. Creio que expressa um ponto que deve ser mantido em mente / relembrado em todas as fases escolares e faixas etárias. Não é algo a ser ensinado, porque não se ensina o que faz parte de nossa alma, mas deve ser relembrado constantemente já que nossa maneira de viver nos faz amnésicos.
HARMONIA
(O ser) Prefere realizar o seu percurso, concentrando a atenção naquilo que possa ser verdadeiramente útil para si, para os que o rodeiam mais de perto e, se possível, para outros. Construtiva e serenamente, procura canalizar em favor do Todo a energia a que no momento soube aceder.
Admite que todos os caminhos são possíveis e merecedores de respeito. Faz o seu, na busca do melhor para si e para o Todo, sem exigências nem certezas, mas com a convicção de quem sente o Todo em si mesmo, como sua partícula autêntica, em permanente atitude que poderemos identificar como Amor.
E o Amor não se pede nem se compra. Desenvolve-se, por e com prazer, quando cada um faz o que lhe cabe fazer. Não por ser obrigado ou por ter de ser, mas pelo prazer de fazer, pelo prazer de ser. De ser igual a si próprio, enquanto partícula do Todo.
A actuação de seres como Albert Einstein, Gandhi, Martin Luther King, Teresa de Calcutá ou Nelson Mandela faz-nos ponderar que a verdadeira força não é a física ou a das armas, não é a da classe social ou a da política, não é a económica ou a do conhecimento meramente científico. Leva-nos a pensar que a verdadeira força pode abarcar tudo isso, mas está para lá de tudo isso.
Faz-nos ponderar que a verdadeira força vibra em cada um de nós, como partículas do Todo Universal. Faz-nos sentir como parte integrante desse Todo, embora por vezes, ou muitas vezes, esquecidos dessa realidade. Faz-nos sentir que esse Todo Universal está espelhado em cada um de nós, ou seja, que cada um tem em si todo o potencial. A explorar de si para consigo, de si para com o outro, de si para com o Todo. Sem necessidade de impor seja o que for, seja a quem for. Em harmonia, serenamente, com Amor.
Luís Portela, in "SER ESPIRITUAL, da evidência à ciência", GRADIVA, p.21
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