Posto aqui um texto de Luis Portela (através de uma amiga Maria Suzel) cujas referências estão ao final. Creio que expressa um ponto que deve ser mantido em mente / relembrado em todas as fases escolares e faixas etárias. Não é algo a ser ensinado, porque não se ensina o que faz parte de nossa alma, mas deve ser relembrado constantemente já que nossa maneira de viver nos faz amnésicos.
HARMONIA
(O ser) Prefere realizar o seu percurso, concentrando a atenção naquilo que possa ser verdadeiramente útil para si, para os que o rodeiam mais de perto e, se possível, para outros. Construtiva e serenamente, procura canalizar em favor do Todo a energia a que no momento soube aceder.
Admite que todos os caminhos são possíveis e merecedores de respeito. Faz o seu, na busca do melhor para si e para o Todo, sem exigências nem certezas, mas com a convicção de quem sente o Todo em si mesmo, como sua partícula autêntica, em permanente atitude que poderemos identificar como Amor.
E o Amor não se pede nem se compra. Desenvolve-se, por e com prazer, quando cada um faz o que lhe cabe fazer. Não por ser obrigado ou por ter de ser, mas pelo prazer de fazer, pelo prazer de ser. De ser igual a si próprio, enquanto partícula do Todo.
A actuação de seres como Albert Einstein, Gandhi, Martin Luther King, Teresa de Calcutá ou Nelson Mandela faz-nos ponderar que a verdadeira força não é a física ou a das armas, não é a da classe social ou a da política, não é a económica ou a do conhecimento meramente científico. Leva-nos a pensar que a verdadeira força pode abarcar tudo isso, mas está para lá de tudo isso.
Faz-nos ponderar que a verdadeira força vibra em cada um de nós, como partículas do Todo Universal. Faz-nos sentir como parte integrante desse Todo, embora por vezes, ou muitas vezes, esquecidos dessa realidade. Faz-nos sentir que esse Todo Universal está espelhado em cada um de nós, ou seja, que cada um tem em si todo o potencial. A explorar de si para consigo, de si para com o outro, de si para com o Todo. Sem necessidade de impor seja o que for, seja a quem for. Em harmonia, serenamente, com Amor.
Luís Portela, in "SER ESPIRITUAL, da evidência à ciência", GRADIVA, p.21
segunda-feira, 15 de julho de 2013
domingo, 14 de julho de 2013
Homenagem a Graciela Figueroa
Assistam a este vídeo. É sobre a Graciela Figueroa. Uma pessoa muito importante em minha vida.
https://vimeo.com/69645253
sexta-feira, 12 de julho de 2013
INCLUSÃO: UM CAMINHO PARA MILAGRES
Nestes últimos
tempos tenho pensado/sentido algo que se aclarou a partir de um vídeo postado
no facebook onde um professor de capoeira toma nos braços um menino com
paralisia cerebral e "luta" com ele. Isso estava sob a égide
"inclusão". Mas esse vídeo me fez refletir sobre um outro aspecto. É
fácil ver o gesto do professor como algo de grande generosidade, e de tal modo
ficamos fascinados que deixamos de perceber a importância do "gesto"
do menino, ou seja, dele ser um veículo para o exercício do professor e nosso,
espectadores, de passar por sentimentos, emoções e vivências que necessitamos
para nosso enriquecimento interior e plenitude. Explico-me. Percebo que vivemos
a ilusão de que existem seres “fracos” e “frágeis” por um lado e “fortes” e
“enérgicos” por outro. São pessoas que classificamos segundo algum padrão
instituído que hipnoticamente aceitamos como verdade irrefutável.
Começo a cansar-me
das fronteiras das "classes" ou grupos: sejam eles de "homens",
"mulheres", "crianças", "idosos", "com
deficiência", "negros", "gays", "lésbicas", "heteros",
"trans", "animais" e até “paisagens”. Ao agrupar estas
expressões de vida, enunciá-las em grupos e buscar caracterizá-las nos
arriscamos a reduzi-las, e de certa forma segregá-las. É ficar separando-as do
Todo e da incrível surpresa e mistério das interações que se produzem entre
todas estas formas.
Admito apenas criar
adjetivos e contornos dinâmicos, evitando engessar as fronteiras dos seres.
Tenho passado a ver
tudo e todos, seres e coisas em seus percursos como sistemas por onde
perpassa a Vida isento de adjetivos e classificações. Na medida em que aceito
isso dou espaço para a ocorrência de eventos que chamo de milagres, e que
podemos definir como: os inesperados e surpreendentes resultados da interação
entre as diferentes manifestações de VIDA.
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