terça-feira, 3 de maio de 2016

Pesach - Páscoa

PESACH

I am more of an errant Jew than one that strictly follows traditions. Yet there are two Jewish celebrations which deeply move me: Yom Kippur and Pesach. But if I had to choose which one is most sacred I would say that it is Pesach
Pesach reminds that we are most of the time living in the land of the Pharaoh.  A narrow place (this is the meaning of the word Mitzraim which is Egypt in Hebrew). Narrowed by education and hypnosis of the verb TO HAVE - possessions of objects, money, people, jobs, degrees, fame, power, behaviors, ideas, and so on - We are daily focused in measuring our losses and gains.

I think it is alright searching things that can give us comfort. As humans this is a part of our lives. The only problem is to have all of our lives submitted to win or lose. In other words: having the pharaoh dictating over us.

Life is always pushing us towards growth. But we are stubborn. We are attached to what we already know or are used to. We can only grow if we displace from where we are and move towards a wider space. Our first movement starts at our birth. From the womb which got narrow to a wider place: the world.

There are many chances during our lives to be “born” again, to move, to cross the great waters, to change, to leave spaces that became too narrow for us.

Out of the “land of the pharaoh”, away from being slaves of possessions, away from the dictatorship of the verb “to have” and that is moving towards the Promised Land.

The verb to have is related to a physical spot on our anatomy: our stomachs, a place where we fill, we accumulate.

The Promised Land is another possible kingdom where we can live and it is ruled by the verb “TO BE”. It is a land related to the heart, a realm of our deep identities (God in me). Note that as someone calls you:  Hey you! You generally answer: who me? We point to our chest, to our hearts. That’s where we conjugate the verb “I am”.

Pesach is about a crossing: from the realm of our stomachs (to have) to the realm or kingdom of our hearts (to be). WE can have another physical metaphor: the diaphragm (the red sea to be crossed).

Celebrating is gathering people that are asking themselves, all together, at the same time, the same question. This is the force of a celebration. This is the importance of celebration.

On Pesach the question that can go together with the known question proposed by the youngest at table (which represents the wisdom of “I know that I don’t know”):”Why is this night so different from the other nights?”

The question is: Who is your ruler? Your stomach (the Pharaoh) or your heart (God in you)? “Are you so hypnotized by all that the Pharaoh offers that you have lost the capacity of listening to your heart? How many plagues are you willing to endure before moving towards a needed change? Are you moving in the direction that your heart is pointing you?” That your heart is beckoning you?

OBS
-          Another curiosity is that there is an interpretation that says that Moses didn’t actually say some prayers or magic words and so the sea opened. There is a version that tells us about an unknown man that, as the pharaoh’s soldiers were approaching, said: I will not wait, I am going. I will cross.  And so he got into the sea and started walking, he was sure he had to get to the other side and as he walked the water got up his chest, got up to his throat and as it got to his mouth and nose, then, and  only then, the water started to recede.

-          We must cross. It is our will, it is a question of belief. It is our certainty that opens the sea. It is not a magic thing like luck. It is our trust that will “open the way”  

-          It is about leaving the domain of our stomachs, and crossing the red sea (of the diaphragm),and getting to our hearts. The Promised Land, the  land of our real identity.

-          The important thing about this celebration is that, in a certain way, we know all this. The fact is that we must renew this wish frequently. This requires a drive. Every year, we can get together and all together renew our intentions. It is a movement towards our goal which is to become ourselves, or in other words, live ruled by our hearts.

uma única montanha

There is a single mountain. Round it's large base there are many different landscapes:.forests, deserts, valleys, islands, seas, and many others. Everybody's purpose is to climb this mountain, to get to it's top. We start from different points and so with different perceptions at it's base. As we climb it we begin to perceive there are other people climbing, people who are coming from different origins. As we climb the landscape begins to change and the higher we get we converge and so the landscape becomes more and more similar to everyone, and we start to perceive other climbers which we recognise having the same purpose. They may have different languages and ways of describing the path but there is a familiarity and a similar smile decorates aou faces. The peak is ONE. The more we aproach the peak the more we understand we are equals, we are the same, and the language becomes the same:LOVE

quinta-feira, 10 de março de 2016

Fundamentalismo ou a apologia do suicídio (revisado)


Estamos envoltos pela atmosfera do fundamentalismo por todo planeta., É importante pensar como e porque isso vem se estabelecendo. Esta postura, a meu ver, é uma reação ao enorme "input" de informações, inovações, conexões, mudanças e movimentos que vêm se estabelecendo no mundo como um todo. Um mundo que vem conjugando o "tudo é possível"
.
Essa situação estabelece exigências de novas formas de pensar, estruturar e relacionar-se em todos os níveis. Já há proposições de revisão dos modelos: econômicos, políticos, sociais, embasamentos científicos, ecológicos, sistemas de crenças e de relações humanas, em todos ambientes: trabalho, afetivos, construções familiares, e por aí vai

Por outro lado, fluxos migratórios intensos, por razões bélicas e climáticas é um movimento humano poderoso que vai exigindo das pessoas novas atitudes (maior envolvimento, clareza, comprometimento e responsabilidade e sobre tudo de conexão interna).

Torna-se compulsório uma percepção clara de si mesmo. O reconhecimento de nossas contradições - não como defeitos, mas como parte intrínseca de nossa estrutura humana passa a ser absolutamente fundamental, como também conhecer nossos mecanismos psíquicos. Enfim não é mais possível estar distante de si mesmo. É necessário reconhecer nossos reais pensamentos, sentimentos e sensações e não se deixar achatar e enganar pelo que “deveríamos” pensar e sentir.

Há uma necessidade de saber a cada momento o que é necessário e o que deixa de ser .Esse saber humano requer uma capacidade dinâmica de deixar de lado uma postura e investir-se de outra com rapidez, e perceber que certos enunciados e conceitos são válidos apenas provisoriamente. Fala-se aqui de presença e clareza cada vez maiores.

Heiddger dizia: “Chegamos tarde demais para os deuses e cedo demais para o Ser”

É possível entender deuses como aqueles e/ou aquilo que nos orientava e dava o norteamento de como deviam funcionar as coisas. Daquilo e daqueles que diziam como deviam ser as coisas. Em contraste com o Ser, ou seja “vocês devem ir descobrindo a cada momento o que deve ou não ser feito”.

Numa tradução mais fácil, trata-se de nos darmos conta de que estamos numa fase adolescente como humanidade. A questão é passar da condição de crianças, onde mamães e papais diziam o que fazer, quando e como:"Está na hora de dormir" "Vá escovar os dentes". "O jantar está na mesa,hora de comer".e todas essas ordens que nos davam o conforto de nos sentirmos cuidados, e passarmos a condição adulta de decidirmos quando onde e como, e se dormiremos, comeremos, etc.

Essa nova postura adulta é desafiadora, é de uma exigência a que não estávamos acostumados como raça humana. Significa crescer como seres humanos. Não temos em nossa cultura formal curriculum disso. Isso de certa maneira nos provoca angústia e três reações possíveis. Uma é aceitar o desafio e embarcar na busca do novo e de rever todo nosso sistema humano e assumirmos a postura adulta que nos é proposta. Outra é rejeitar, encolher-se e reagir e implorar pelo retorno do “antigamente”, das posturas e formas que nos alimentavam com certezas sobre o mundo, ou seja a de crianças. E a terceira, que é onde a maioria de nós se encontra que é o meio termo, ou seja, por vezes aceitamos a responsabilidade e o discernimento de adultos, e por outras resvalamos no implorar por alguém que nos diga o que fazer, quando e como.. 

Os gritos desesperados daqueles que querem fugir do crescimento têm um enunciado do tipo:  "Queremos tudo de volta, com as certezas que tínhamos, com tudo que não é parecido conosco longe de nós, Se possível eliminado. Estamos vivendo uma ameaça de dissolução de tudo que era estruturado. O incerto parece nos envolver com força e o inesperado arromba nossas portas. Isso é ruim. Precisamos de pessoas e movimentos que nos digam exatamente o que devemos fazer, como e quando. Como era antigamente! Precisamos de leis e regras bem definidas e rigorosas e que não exijam revisão constante porque estamos vivendo o Caos! É loucura cada um a partir de sua própria cabeça decidir o que fazer, para onde ir, o que pensar, o que sentir, o que aceitar, o que recusar, como se comportar. As coisas como eram antigamente podem nos dar a sensação de conforto e segurança. Portanto: Viva Trump, Bolsonaro, Estado Islâmico e similares!!!"

Há uma enorme quantidade de pessoas que, neste momento, de maneiras sutis ou evidentes, vem levantando esta bandeira. É uma bandeira que exalta a lei do “como deve ser” exaltando o abandono de si, do contato mais profundo consigo mesmo. É uma forma de anulação de si, de suicídio. Quando digo suicídio é o matar-se, ou melhor, matar sua possibilidade de contribuição única ao mundo. Seu olhar único, sua perspectiva única, sua vivência e experiência única, que mesclada com as demais pode produzir saídas e realizações magníficas.

O oposto disso é esta criação de um imenso exército de mortos-vivos por todo o planeta. Isso vem se tornando algo como uma doença, uma praga que vai se alastrando... 
  
Dispensando a ironia, o fato é que estamos sendo convocados a despertar, mas como vimos, há uma profunda reação que grita: "vamos fazer o que já sabemos fazer", "deixemos de inventar coisas novas".
Estar presente, conectado com a multiplicidade e diversidade da vida, não tem sido parte de nossos hábitos, religiões, modelos e de nossa educação formal. Temos sido entorpecidos e convocados constantemente a adormecer e esquecer de nossas características humanas.essenciais. .

Um belo antídoto a esta praga que nos assola é nos lembrar e manter a criança em nós desperta e participante, criativa, curiosa. Lembrar de nossos olhares, impulsos mais espontâneos que tínhamos quando pequenos. .É necessário recordar de quem somos, de que é possível resgatar essa luz, essa vivacidade e espontaneidade, 

A clareza da criança que habita em nós tem muitas formas de expressar sua Presença e esperança. É possível viver uma alquimia que associa reflexão e conexão com a pureza da criança interna.

Essa postura pode evitar que se produzam e reproduzam todos estes defuntos ambulantes e suas irradiações. Pessoas que foram impregnados da ideia de que o melhor é abrir mão do que percebem, sentem e pensam. Pessoas que se abandonaram, que se impregnaram de preguiça existencial. Podemos chamar esse abandono de si de suicídio. São abraços com a morte e esses que entram por este caminho buscam líderes da morte. Buscam guias e salvadores que mantem esse estado hipnótico. 



Esses que já se abandonaram, de certa maneira se suicidaram, e portanto estão envoltos pela morte e escolhem todos os dias o matarás em vez do não matarás. E um matarás que tem a propriedade de se expressar tanto pela extinção do que é diferente, através do preconceito, da rejeição e da marginalização, como também pela extinção física de si mesmos e daqueles que possam apresentar e exaltar quaisquer outras formas de viver fora dos parâmetros a que estão acostumados.
   
Estes suicidas necessitam tapar seus ouvidos, sua boca, seus olhos e engolir todos e tudo que represente ameaça a esse estado de morte no qual estão imersos. Em suma a VIDA em sua ampla diversidade, para eles, constitui uma constante ameaça!