segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Trabalho no Mundo. Vocatio…

Trabalho no Mundo. Vocatio…


         Aquilo que faço de melhor é minha grande oração e louvor. Através disto exerço minha inteligência, meu amor e minha força. Contribuo para o mundo com aquilo que sei fazer de melhor. Esta é a maneira com que dialogo com o Todo, refaço minhas energias e me sinto parte do mundo. Percebo meu lugar e não invejo ninguém. Quando faço o que sei fazer de melhor resgato a mim mesmo e assim faço “o bem”.
O que temos em torno é angústia e perda de direção, muitos buscando apenas uma parte do produto do trabalho, aquele que envolve o aspecto da sobrevivência. Uma outra faceta é deixada de lado e este é o fato de que o trabalho permite que a Vida se manifeste através de mim. Se estou exercendo minha função no mundo não há sacrifício algum, há um simples brotar de mim. Isso invoca um respeito diferente do respeito gerado pela inveja de posses e títulos. Quando exerço meu dom - me ilumino, e isso produz respeito nos demais.
Liderança por exemplo. Liderança verdadeira é algo que flui através da pessoa, não é um brilho enganador, é luz própria que, por sinal, nem é possível tomar posse. É uma luz que passa através de você. Lembrando que tudo que você é, é apenas aquilo que você permite que passe através de você, que se expresse através de você.    
         A pergunta que se pousa é: O que você tem permitido que se expresse através de você?
         Nem sempre o trabalho profissional e remunerado, que fornece o ganha pão, é a ação mais profunda exercida por uma pessoa no mundo. Nem sempre essa é sua melhor expressão de força, amor e inteligência. Muitas vezes são ações rotuladas como: “o que me dá mais prazer”; “aquilo que sei fazer melhor”; “meu hobbie”, “minha maluquice”, “uma coisa à toa que eu faço”, “uma coisa sem aparentemente nenhum sentido prático”, uma coisa que a própria pessoa algumas vezes deprecia ou até mesmo despreza. Se e quando esta dá valor, o dá num âmbito muito íntimo, tão particular que não tem coragem de confessar aos outros ou até para si mesmo.
O engraçado é que vão surgindo algumas profissões que são expressões destes segredos íntimos. Por exemplo: contadores de estórias, consertadores de coisas em casa, arrumadores de armário, fazedores de compras, cozinheiros formados por faculdades, e por aí vai.

"...a alegria não é um contentamento qualquer, mas um aumento de vontade de existir..."
Espinosa.