segunda-feira, 11 de março de 2013


Vai ter festa...


Casa de Jorge e Susana. Toca o telefone... Jorge larga o jornal e atende o telefone.

Jorge: Fala Chico,....mais ou menos.....mas fala....Certo....certo...Pô ...legal...é claro que vou....maravilha....com a Susana é claro, certo.....tô lá..sem falta...abração.

Jorge (retoma o jornal): Susana! Era o Chico falando duma reunião, na verdade....uma baita festa...lá no Matão, ali perto da Feira das Favas. Festejar a volta da tia. 

Susana (em off): Aquela que o carro a toda veio encima dela na calçada? Ainda não concertaram aquele sinal...

Jorge: Não, essa era a tia Julieta. A festa é para a Tia Madalena...é pela liberação do cativeiro ... lembra, aquela que foi seqüestrada?

Susana: É mesmo...claro que lembro, que dia vai ser?

Jorge: Sexta próxima...

Susana (em off): Que horas?

Jorge: Lá pelas sete da noite...

Susana (ainda em off): Bacana,...a gente vai de carro? Subir de carro lá é meio perigoso já deu um bocado de assalto na subida...

Jorge: Vou pedir emprestado o fusquinha do Irineu, o meu Chevette dá muito na vista É..., bem... bom... a gente deixa o carro lá em baixo perto da vendinha e sobe de táxi que cê acha?

Susana ( entrando e arrumando as coisas): O seu Antonio da vendinha disse que ali tá ficando estranho, que é melhor deixar perto da farmácia, com a tranca., E já que é o fusquinha do Irineu, tira também a tampa do distribuidor para garantir.

Jorge: Tá certo, mas por falar em dar na vista ó, não vai com aquela pulseira nova que tua mãe te deu não, chama a atenção.

Susana: Eu escondo na calcinha, fica tranqüilo.

Jorge; Mas agente tem que voltar antes das 11 horas porque lá no cruzamento da Avenida Santangelo com a Luiz Cerqueira fica feio depois das onze e meia da noite.

Susana; O Serjão disse que o perigo é mais de madrugada. Aí sim corre o risco de tiroteio...

Jorge: A gente volta pela praça do Contorno. Eu não subo o viaduto da Santangelo de noite nem a pau.

Susana: Tive uma idéia, qualquer coisa a gente dorme na casa da mãe do Henrique, é pertinho, só tem que atravessar a Ponte Roxa e o Beco do Azedo, que é mais seguro que a descida do Arrocho.. Vou telefonar para ela e perguntar.

Jorge: Vamos rezar que é para não chover, porque já deu deslizamento por ali e já vi muito barraco despencar por ali, e neguinho ficar atolado ali até o dia seguinte..esperando reboque....e minha filha, com chuva a gente nem chega na casa da mãe do Henrique

Susana: Fica tranqüilo, em todo caso a gente leva uma marmitinha e o estojinho de pasta de dente e escova que você me deu. Qualquer coisa a gente ou dorme no carro ou espera o dia clarear....é sexta, não é?. 

Jorge: Tava aqui pensando, a gente podia ir junto com o Gustavo e a Laura, Tenho certeza que eles vão também. O Gustavo é da polícia e ele indo armado a gente se garante.

Susana: Cê ta louco? Ir com a policia é sentença de morte, Jorge. Se a gente for parado numa falsa blitz e agente tiver junto tâmu ferrado. A Laura tá sempre pedindo pro  Gustavo pra ele num levar os documentos de policia nem a arma quando tiver de folga.

Jorge: Bom, de qualquer maneira eu vou com a calça marrom, a azul que você me deu ta nova ainda, e é boa pra passear no Shopping. Se tiver que correr pelo mato, que nem no batizado do Gabriel, por causa daquele assalto.... se rasgar não tem tanto problema.

Susana: ...é bem lembrado.....então eu não vou de saia, vou de calça...

Jorge: tá certo...................................................................................é....Grande Chico.....

Susana: Vai ser uma festa legal... não é amor?

Jorge: OOOOHHHH  se vai...

sexta-feira, 1 de março de 2013

FELICIDADE

FELICIDADE


A felicidade de cada um é meu interesse. Não porque eu seja bonzinho, altruísta, moralista ou bom moço. É simples, quanto mais gente estiver feliz a minha volta, maiores as chances de que eu me torne feliz.
Pessoas felizes irradiam alegria e felicidade ao seu entorno. Ao lado de pessoas felizes, alegres é mais fácil viver. A generosidade transborda naturalmente. A colaboração se torna um fluxo natural.
Isso parece óbvio, mas uma amnésia enorme se abate sobre nós.

Somos estimulados e hipnotizados desde pequenos a competir e viver em estados constantes de vingança, reatividade, amargura e ansiedade. Tornamo-nos apequenados numa luta pela sobrevivência que reiteramos como óbvia. Reduzimos a vida a auto-preservação, um dos aspectos primários do viver.

Como vivemos conectados, mutuamente afetados, construindo essa coisa que chamamos de realidade, percebo que as pessoas que vivem fome, falta de lar, carência de elementos básicos para sobreviver irradiam seu sofrimento que inevitavelmente me afeta. Sou estimulado, exaltado por identificação a dirigir muito de meus movimentos, energia e atenção ao meu aspecto "sobreviver".
Para sair desse lugar busco então maneiras ao meu alcance que todos possam ter o que necessitam. Desta forma, preenchidos, mais plenos, contaminando e contaminados por todos, juntos poderemos construir a realidade FELIZ que é nosso inevitável destino.