sexta-feira, 30 de março de 2012

Debaixo da máscara de orgulho: meu currículo

Debaixo da máscara de orgulho: meu currículo

Com o tempo me dei conta de que tinha um orgulho tão grande que não me permitia falar das coisas que conquistei, realizei, das coisas bonitas que fiz. Não me permitia citar meus feitos – era orgulho demais. As pessoas é que deviam descobrir essas coisas. Assim se perguntado: Você fez isso? Eu poderia abaixar os olhos e dizer “humildemente” algo como: pois é, é verdade eu nem me lembrava..., coisas assim. Fazia isso com tanta convicção que eu mesmo acreditava nesta postura, como se isso fosse espontâneo e natural.
Obviamente ficava irritado quando outras pessoas se apresentavam citando as coisas que faziam, os títulos que tinham, os prêmios que haviam recebido, e eu sempre arrogante, considerava tudo isso uma auto-exaltação.
Também não freqüentava eventos sociais, reuniões, festas, conferências, encontros a não ser – e aí era onde dava bandeira – que eu fosse convidado para estar em algum lugar de evidência, dar uma palestra, conferência, trabalho, vivência, enfim ocupasse algum lugar de destaque.
Criei teorias enormes sobre como na realidade o importante era o que se era “por dentro” e não as “coisas de fora”. Cheguei a propor em reuniões que coordenava que as pessoas se apresentassem da seguinte maneira: Se você não é o que você faz, se você não é os seus títulos. Quem é você? Apresente-se!
Impactante! Praticamente todos ficavam sem saber muito bem o que dizer. Achava isso o máximo – e de certa forma continuo a achar. Num círculo de apresentações, depois de três ou quatro pessoas se apresentando de maneira formal, ninguém se lembra mais claramente de quem era o que e já se confundem os títulos. Por outro lado quando alguém falava de algo mais pessoal havia mais mobilização e as pessoas se tornavam, digamos mais inesquecíveis. Toda essa interessante proposta era algo que tinha um pé fundado em meu orgulho, neste desprezo pelas pessoas que baseiam suas vidas em coisas reverenciadas “pelo mundo social e acadêmico”.
Resolvi então, descer de meu pedestal, escrever, ou descrever a mim mesmo por todas as coisas que realizei, e pelos títulos que angariei ao longo da vida, assim lá vai:

Falo além do português, inglês, francês, espanhol, italiano e arranho um pouco de russo.
Formei-me em engenharia química pela UFRJ, fiz cursos de engenharia nuclear e tenho diploma de operador de reator de pesquisa.
Fiz teatro como ator, diretor e coreógrafo, televisão (novela) como ator, cinema como ator, ópera como ator e dançarino, circo como coreógrafo. Fiz dança como dançarino e coreógrafo nos grupos Teatro do Movimento (Angel Vianna) e Coringa. Ganhei premio de melhor dançarino no primeiro concurso nacional de dança contemporânea, Salvador Bahia e prêmio de melhor solista no terceiro concurso de dança contemporânea de Salvador Bahia. Ganhei junto com o Grupo Coringa vários prêmios nestes mesmos Concursos.
Dei aulas de dança contemporânea por vários anos.
Sou formado em Terapias psico-corporais, trans-pessoais e de desenvolvimento humano dentro do sistema Rio Abierto, uma entidade que tem como objetivo o desenvolvimento integral do ser humano. Tornei-me instrutor didata deste sistema. Fui diretor do Rio Abierto no Rio de janeiro e diretor do Rio Abierto Brasil. Além disso fiz parte da diretoria do Rio Abierto Internacional por longos anos.
Fiz trabalhos em comunidades como no Cantagalo Pavão Pavãozinho onde realizei um trabalho com jovens patrocinado pelo Ministério da Saúde que recebeu o mome de "Desenvolvendo a Saúde Emocional para fazer frente à Violência" praticamente um ano de dedicação. Na Cidade de Deus pude realizar um trabalho de integração das lideranças comunitárias do local.
Já a aproximação com o Centro Cultural a História que eu Conto - no Complexo Vila Aliança e Senador Camará tem sido minha alegria, de tal modo que costumo dizer: "Não moro em Vila Aliança, mas sou de lá" - um local onde me sinto fazendo totalmente parte. Onde há BJS (Binho, Jê e Samuca)
Sou terapeuta comunitário formado pela Universidade Federal do Ceará e estou terminando a formação em terapia de família numa abordagem sistêmica pelo Instituto NOOS.
Tenho certificados que não acabam mais de Congressos, encontros e seminários, onde evidentemente fui um tanto protagonista.
Dou cursos sobre temas concernentes ao desenvolvimento humano no Brasil e no exterior - Argentina, Uruguai, México, Itália, Espanha, e Rússia.
Sou professor da UniverCidade, professor convidado da FGV, e professor do MBA da Faculdade Celso Lisboa.
Escrevo artigos para jornais e revistas e tenho um livro escrito, intitulado: Tornando-se Dançarino – Como compreender e lidar com mudanças e transformações. Ed Mauad. 2004.
Realizo atendimentos individuais terapêuticos e também trabalho com massagem.
Ah sim! Tenho dois filhos – Gabriel e Sofia e sou casado com Luciana.
Se me lembrar de mais alguma coisa dignificante escreverei aqui.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Uma das mais belas sínteses

De Alejandro Jodorowsky
Uma das sínteses mais lindas que já li:

"Atraviesa con tu mirada pura las mil máscaras bajo las que mi alma dolorida se esconde".

Atravessa com teu olhar mais puro as mil máscaras sob as quais minha alma dolorida se esconde.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Encontro de Sustentabilidade

Neste encontro sobre sustentabilidade que tivemos, terça feira, dia 13 de março de 2012, no Sesc Sta Luzia RJ, propus algo que recordo aqui:
A começar pela lembrança de que Saúde (Health, Whole, Holly são palavras que vêm da mesma origem, da mesma raiz - Saúde, Totalidade e Sagrado se inter relacionam) é e estão contidas na idéia de Sustentabilidade. Isso relaciona-se com a percepção e atenção contínua com respeito à pulsação das coisas: particular X totalidade, indivíduo x grupo, e por aí vai. Nosso coração assim funciona.

Fundamental introduzir CULTURAS que se interconectam como:

A CULTURA DO MOVIMENTO em contraste com a cultura da busca constante pela estabilidade, do estabelecer-se na vida As coisas estão em constante transformação e movimento. Para isso o é importante aprender a dançar, literalmente - coisa que na cultura Azteca era feito por administradores, militares, religiosos etc compreender com a totalidade de nós o movimento e ritmo das coisas.

A CULTURA da HUMILDADE - "Understand" - postar-se debaixo Compreender em oposição a apenas entender (que é como postar-se por cima).Vivenciar as coisas e aceitar o desajeitamento com as situações novas e elas não são poucas.
Entender o ridículo como algo novo como qual estamos lidando - Só crescemos quando saímos da zona de conforto e entramos em algo que não nos é habitual.

A CULTURA da PRESENÇA - o que significa aceitar o não saber as respostas imediatamente. O que vale agora não vale amanhã e o que valeu ontem talvez não sirva hoje. Em contraste em ter as soluções prontas de antemão. Maravilhar-se com as coisas, descobri-las novamente a cada vez.

CULTURA da INTEGRALIDADE - Outras parte de nós além da cabeça devem participar e integrar-se com o mundo das idéias
Existem inteligencias além da racional - a emocional, a intuitiva a fisiológica, a expressiva,e outras tantas.

Essa foram algumas das propostas que apresentei no encontro como sugestões para uma renovação de nossas posturas.
Um abraço
Michel