segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sobre a Certeza

Me dou conta de que quando tenho uma certeza veemente
                estou emocionalmente desequilibrado. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Crer e morrer

Eu quase Morro do Cruzeiro...eu quase Morro do Alemão ... 

Eu não acredito em mocinhos e bandidos
Eu não acredito em culpados e inocentes
Eu não acredito em bons e maus
Eu não acredito em lados claros e definidos
Eu não acredito em fortes e fracos
Eu não acredito em explicações simples

Eu acredito em ignorâncias que vigoram em todas as partes.
Eu acredito que mergulhados em medo muitos se juntam e em nome de filosofias, partidos, códigos morais e não sei que mais, e bebem do estado geral de medo e insegurança do qual fazem parte.
Eu acredito que somos muitos, encolhidos e assustados, construindo visões estreitas e acuadas, assim perdendo o contato conosco e com os outros.
Acredito que se criam lados aparentes em visões distorcidas, incentivadas pela insegurança e desconfiança geral. Cada pretenso lado é um caldeirão de intenções, desejos, temores e ansiedades diversas, e muitas vezes contraditórias.
Acredito que se assume posições por motivos estratégicos, por motivos econômicos, por motivos religiosos, por sede de poder, e por não saber o que fazer da vida, por falta de perspectiva e por um desejo intenso de pertencer a algo.
Acredito que cada um dentro de seu medo particular, escolhe o “lado” que mais convém ao seu foco de interesse imediato.
Acredito sim, que existem muitos que sofrem e que não sabem direito o que está acontecendo e não têm como responder ao que sucede, pois não há uma única explicação rasa e clara para o que está se desenrolando. Sentem apenas dor e desorientação
Acredito que podemos perceber isso em momentos de maior humildade.
Acredito que elaboramos rápidos "raciocínios" utilizando mortos, feridos, seqüestrados e lares destruídos para reagir e construir opiniões, cegamente, emocionalmente, para com isso encontrar razões para viver ou sobreviver.
Acredito que estamos perplexos diante de nossa raça humana.
Acredito que aqui também é o Iraque, e todos estes lugares que apontamos horrorizados.
Acredito que somos nós em nossa pobreza de consciência, que em nossa vontade de sermos bonzinhos, não percebemos nossas raivas, nossas carências, nossos ódios soltos e que terminamos por permitir que todos estes sentimentos se precipitem em alguma parte do mundo.
Acredito que somos amor, inteligência e energia, e uma consciência clara disso pode nos permitir construir atitudes que podem se irradiar e transformar coisas, situações, relações e lugares.
Bjs